sábado, julho 31, 2010

PIONEIRISMO - THOMAZ FARKAS




Quando se fala na fotografia no Brasil é impossível deixar de citar Thomaz Farkas , um húngaro que faz parte da fotografia e da história dela no país.
Além de fotógrafo teve uma das maiores lojas de material fotográfico em São Paulo, a Fotóptica, e a quem se deve a fundação da Galeria Fotóptica e da revista do mesmo nome, uma referencia do que melhor se tinha na década de 70.
Me lembro ,bem jovem, na Rua Consekheiro Crispiniano, em São Paulo as vitrines da Fotóptica,bem como dos vários fotógrafos que frequentavam aquele pedaço no centro.Cobiçava as cameras e os ampliadores,num início de pensar ser fotógrafo um dia.


Aliás, é importante dizer que a maioria das lojas da rua e arredores foi criada por ex funcionários da Fotóptica, o que aumentou o leque de opções , e tornou a Conselheiro a Rua da Fotografia na capital paulista. Cito aqui também a Cinótica, outra loja grande, onde comprei minha primeira camera, uma Halina (que porcaria!!!hehheh),com a qual fiz minhas primeras fotos.


Thomaz fez parte do cine clube Bandeirantes,onde mais tarde vim a lecionar fotografia para iniciantes, e trouxe seu olhar na fotografia p&b,influenciando muita gente boa a partir dai.Trabalhou com cinema, e deixou a carreira de herança para seu filho Pedro, responsável pelas imagens de vários filmes produzidos no país.
Acima coloquei uma foto dele, bem como um retrato feito por Juan Esteves, amigo da loja do Pita, que foi editor de fotografia da Folha de São Pauo, e um dos melhores fotógrafos de retarato que conheci, e falarei dele uma hora aqui.

MAIS FOTÓGRAFOS-NAIR BENEDICTO


Escrevendo sobre o Tripoli acabei viajando no tempo e nas publicações onde me achei como fotógrafo na vida.
Uma referencia no que me levou a gostar da profissão foi a revista Realidade, publicação da Abril que marcou época, quando o que se tinha no Brasil eram semanários como O Cruzeiro e Manchete.Era uma nova linguagem na fotografia brasileira, bem como nos textos, uma revolução de fato.
Vários fotógrafos trabalharam nela, mostrando mais que o fotojornalismo, mas trazendo vários estilos em um único veículo.
A bola da vez é Nair Benedicto,fotógrafa de um olhar bem distinto,pessoa interessante, a quem conheci muitos anos depois, sendo jurado de um concurso de fotografia promovido pela Secretaria de Cultura de São Paulo, onde viajei vários kms, em onibus desconfortáveis, e só o bom humor e o contato com novos fotógrafos amenizavam o fato.Alguns coquetéis e boa comida ajudaram muito também.
Mas encontrei a Nair em Mogi da Cruzes, perto de SP,e tive o prazer de trocar idéias em algumas horas,onde descobri a existencia da cidade de Cunha-SP,onde ela tinha (ou tem) uma casa.
Nair foi uma das mulheres escolhidas como fotografa de Realidade,de outras postarei em outro momento.
Fez trabalhos de excelente qualidade com índios, bem como mostrou o trabalho feminino , e ambientes muito interessantes, como favelas e regionalismos.
posto aqui, como exemplo, o trabalho feminino, visto pelo olhar sensível de Nair.

quinta-feira, julho 29, 2010


Luis TRIPOLI

Logo depois de postar sobre o uso do Photoshop ponderei sobre o tempo e a fotografia de filme de verdade, em tempos onde a camera digital era no máximo uma projeção de algum autor de ficção. Época onde era impossível não querer ter um quarto escuro, onde imagens maravihosas (ou nem tanto) seriam reveladas pelos negativos em branco e preto.A grande magia da fotografia em produção manual,na manipulação de filme, papel, na luz do ampliador e nas banheiras da química que manchava os dedos para que uma foto fosse feita. Putz, to ficando velho mesmo.

Ai vieram vivencias do começo da minha vida como fotógrafo, onde passei algum tempo em contato com o Tripoli, uma lenda da fotografia no Brasil,e uma figura ímpar. Lembrei quando o procurei no estúdio da Freia Caneca, onde estava maravilhado pelos charutos cubanos e garrafas de Drambuie,recém descobertas. Fui assistente (se é que posso colocar assim), por um curto espaço de tempo do cara, e acabei fotografando alguns desfiles para uma versão brasileira da Baazar,onde ela era sócio.

Era clara a influencia dos grandes fotógrafos no trabalho dele. Era meio que um Helmut Newton made in Brazil. Mas jamais diria que um copiador,mas sim um puta fotógrafo (desculpe, mas o termo é inevitável, e bem de época!). Genioso, temperamental,mas genial.Uma referencia no que se pode chamar de fotografia de arte.

Quando ainda construia um estúdio de verdade nos fundos da casa,fazia milagres com uma Nikon , uma cabeça de flash (isso mesmo,uma!!) , a parede de um dos quartos, e um(a) modelo.Sofria de um bom gosto absurdo no uso de locações, nem sempre complicadas para a produção de fotos belíssimas.Vivia 20 anos à frente do que se produzia no Brasil na época,fez história na fotografia de moda, como pessoa, e sobretudo como artista.

Seu trabalho, no máximo tinha os retoques de cópias no lápis ou no trabalho de fotolitagem, ao contrário de alguns atuais fotógrafos que jamais sobreviveriam sem mágicos e exagerados retoques e manipulações das imagens.

Publicou um misto de livro e revista com o título " O arquivo secreto de Luis Tripoli" ou coisa bem parecida, raríssimo ,que me foi roubado, junto com outras preciosidades por um pseudo fotógrafo com o qual trabalhei.

Fica aqui, bem claro , que foi um grande influencia na minha vida como fotógrafo,não para tentar copiar o que fazia, mas no aprendizado de trabalhar mais com o criatividade que com um monte de equipamento. No temperamento não precisei , pois ja nasci com ele.

São quase 40 anos que separam estes fatos, e acredito que mais de 50 que ele fotografe, pois começou cedo, pelo que sei, aos 13.

Os museus que cuidem de preservar trabalhos dele,editoras que se mobilizem para publicar seus trabalhos.A história da fotografia no Brasil (e com certeza no mundo) não existe sem o cara!

CHEGA DE PHOTOSHOP?

Lendo agora uma matéria sobre moda me deparei com uma com o título "A campanha sem photoshop" de Lilian Pacce no link a seguir


Trata-se de uma campanha de roupas de banho onde escolhem uma modelo onde usar o programa seria , no mínimo , um excesso.

Achei interessante, pois os exageros de retoques, correções e abusos da artificialidade criam situações tão falsas como uma nota de 3 reais.Exageros que acabam tornado a fotografia obra no mais cruel estilo Frankstein,onde modelos se tornam seres estranhos à raça humana.

Absolutamente nada contra o uso, mas condenando os exageros;bem como jamais criticaria a criatividade para manipular, em benefício do que se constrói pelo imaginário e seria impossível sem programas de imagens.

Achei lindas as fotos, o que me fez procurar pelos trabalhos do autor , Piero D'Avila e indico aqui o site para quem quiser ver. Tem um trabalho bem variado,e excelentes fotos.


A modelo é Michela Cruz, que deve ter muito trabalho depois desta campanha, claro, se já não tem.

quarta-feira, julho 28, 2010




A fotografia é um mundo cada vez mais amplo. Com a chegada das cameras digitais e os programas cada dia mais aperfeiçoados a criação e melhora da imagem tendem a criar novas técnicas e tendencias.
Mas claro que as imagens feitas a partir do filme ou mesmo dos negativos de vidro (acreditem ou não, a coisa começo assim) continuam tanto como história, como documentos de grande valor, quando encontramos criatividade e boas tomadas.
Por falar em negativos em placas de vidro, estava vendo na AOL hoje um cara que comprou em uma liquidação de garagem negativos de vidro, por 45 dólares, e que podem ter sido feitos por Ansel Adams, um dos maiores fotógrafos de paisagen dos EUA, sendo que estes podem valerem torno de míseros 200 milhões de dólares.
O endereço para se ver a notícia é http://http//www.aolnews.com/nation/article/matthew-adams-doubts-lost-negatives-are-grandfather-ansel-adams-works/19570601?icid=mainmaindl1link3http%3A%2F%2Fwww.aolnews.com%2Fnation%2Farticle%2Fmatthew-adams-doubts-lost-negatives-are-grandfather-ansel-adams-works%2F19570601
Ai me pergunto, na fotografia digital seria possível se pensar em uma soma tão considerável por alguns arquivos? Na divulgação sem controle, teriam as imagens valor e dono certos? Quantas poderiam ser vendidas por terceiros sem o conhecimento do legítimo autor?
São perguntas que me fiz , ja que quando colocadas na rede, passam a ser objetos de usou ou venda indiscriminada , e pela divulgação muito rápida , multiplicando proprietários ou compradores.
Acredito que seja um tema de reflexão aos fotógrafos e caçadores de imagens.
Coloco isso, por ter passado algumas vezes por tal situação, onde encontrei fotos minhas utiizadas sem eutorização em alguns locais na net. Nenhuma delas foi utilizada comercialmente, mas como ilustrações de alguns blogs, oque não implicaria em brigar por direitos autorais. na verdade até por um amaneir aorgulhosa, apenas pedi que fossem dados os créditos, o que foi atendido prontamente, e resolveram-se as questões, sem onus ou dor de cabeça para qualquer parte.
Pensem agora, no cara, que comprou negativos, pura e simplesmente, e se torna dono de obra que pode valer considerável fortuna, como se achasse telas de Picasso em um porão e as comprasse por uma quantia irrisória. Claro, seria dono , e as venderia por quanto quisesse. Mas na fotografia digital seria muito diferente. Qualquer um poderia ter, de graça, cópias em seu computador, sem investir qualquer valor em dinheiro.è pra pensar!

A foto postada é de Ansel Adams, e não identifica o fotógrafo que a fez, ou mesmo se é um auto-retrato.
Depois de 8 anos consegui recuperar esse blog, que aliás ja dava por perdido.Logo mais posto .